segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A Verdade das Estrelas

Estava no desconforto do meu lar, rolando na cama que não era minha por direito, impossibilitado de sair por estar preso a um objeto que me deixava refém da tomada. Era uma situação tão desconfortável que até então nem havia pensado como um ser dotado de inteligência. Foi aí que lembrei da existência de uma tomada externa. De imediato deixei o meu atual ambiente de solidão e fui externar minha solidão numa área realmente externa e solitária, isso é algo muito comum, chamado popularmente de "sair pra fora". Deitei num lugar arejado e aberto, então decidi olhar a beleza do céu. E notei-o com muito cuidado e logo poderia descrever de forma detalhada cada detalhe daquele céu negro, sem lua e sem estrelas. Diante dessa inusitada visão poderia eu afirmar a existência de estrelas no céu? Como depois disso poderia crer que há algo além daquele quadro de dimensões infinitas pintado com uma única e escura cor? Foi ai que percebi que apesar de não estar vendo os astros no momento, eles voltariam a encher o céu de luzes e mesmo se não voltassem a brilhar como outrora, eu teria a convicção de sua existência porque a verdade que é suficiente pra mim diz que elas foram criadas... E isso me trouxe paz. Assim a saudade prévia desse tempo que ainda estara a viver encheu aquele ambiente de uma sensação que não posso descrever de nenhuma forma de expressão conhecida por mim e ficamos nós três nessa solidão, a verdade, a saudade e eu, apenas.

Iago Espíndula